Mamães e futuras mamães,
Compartilho abaixo uma matéria divulgada no Blog
Barrigudos, que considerei bem interessante. Mães de prematuros têm a vida de
cabeça para baixo de uma hora para outra e o tempo como maior aliado. Vale a
pena ler!
Esta semana
um cliente perguntou se eu poderia participar de uma reunião. Infelizmente, eu
não poderia. Cuidar de um prematuro pede dedicação integral.
A volta ao
trabalho é um problema sobre o qual eu e as outras mães conversávamos muito
durante os dias que Matias passou na UTI.
Como
faríamos quando voltássemos para casa? Quando conseguiríamos trabalhar?
Os quatro
meses de licença-maternidade (ou seis, no caso das empresas-cidadãs) às vezes
não bastam para a mãe de um prematuro. Não é raro que um bebê fique três meses
na UTI. Ainda mais se for um prematuro extremo, que nasce entre 25 e 30 semanas
de gestação e com menos de um quilo.
É o caso de
Hadassa, que teve Maria Eduarda com 27 semanas de gestação, por conta de
pressão alta desenvolvida na gravidez. Ela já está há mais de um mês e meio no
hospital com Duda, que hoje pesa 1,4 Kg. Até atingir 2 Kg, peso mínimo para um
prematuro sair do hospital, a licença-maternidade de Hadassa deverá estar
próxima do vencimento.
Além disso,
os primeiros meses fora do hospital são delicados. Como uma mãe vai sair para o
trabalho e deixar seu prematuro? Se isso já é complicado no caso dos bebês
comuns, imaginem com uma criança que ficou semanas ou meses na UTI.
Muitas
vezes, quando a licença-maternidade vence, o bebê ainda está com dois quilos e
pouco. Não há como deixá-lo numa creche. Os prematuros precisam de cuidados
especiais. Possuem um calendário de vacinação diferente dos bebês que nasceram
a termo. Ficam em quarentena, sem poder entrar em contato com outras crianças
ou adultos, com risco de contraírem viroses ou infecções. Muitos também saem
com medicações que precisam ser administradas corretamente, sem falhas.
Então, o que
fazer quando se é mãe de um prematuro e a licença-maternidade venceu?
Algumas mães
não têm outra alternativa e pedem demissão. Mas poucas podem abdicar do
salário. Muitas voltam a trabalhar. Mas trabalham mal, pois sua cabeça, e seu
coração, estão com o bebê, não com fornecedores, chefes e relógios de ponto.
Tramita no
Congresso Nacional um projeto de lei que imita uma proposta que já funciona no
Rio de Janeiro.
Ela propõe
que a mãe possa acrescentar aos dias de licença-maternidade o tempo que faltava
para a criança completar 37 semanas de gestação.
Não é o
ideal, mas ajuda.
Em março, a
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou a admissibilidade da
Proposta de Emenda à Constituição. Mas ela ainda será analisada por uma
comissão especial e, em seguida, votada pelo Plenário da Câmara, em dois
turnos.
É tudo muito
lento. Enquanto isso, crianças não recebem a atenção necessária e mães ficam
sem saber o que fazer.
A proposta
original já tem cinco anos.
Fui checar
como estava o andamento do processo e vi que nos últimos cinco meses nenhum
passo foi dado.
Os bebês vêm
antes do tempo, mas a aprovação da lei já passou da hora.
Você pode
assinar um apoio à lei aqui: http://www.avaaz.org/po/petition/Lei_do_Prematuro/?ceAzleb
E um email
para o seu deputado pode ajudar muito mais do que se pensa.
Fonte: http://barrigudos.blogosfera.uol.com.br/