terça-feira, 18 de abril de 2017

EXAME OBSTÉTRICO NÃO É SESSÃO DE CINEMA OU EVENTO SOCIAL!


 Resultado de imagem para cinema e pipoca



Para tudo! Hoje você vai fazer o ultrassom de rotina e pode ser que dê para ver o sexo do bebê. Já convidou a mãe, a sogra, o marido e o filhinho. Todos ansiosos pela vinda de mais um membro à família. O  momento ganha ares de festa. Todos se dirigem à Clínica, que de tanta gente, não tem nem espaço para acomodá-los na recepção. Chega a hora do exame. Uns ficam na sala de espera e outros conseguem entrar. Telefone não para de apitar, pois todos querem saber das novidades. A mãe está apreensiva, o pai não para de falar, o filho que não entende nada, olha tudo com ar de surpresa...
 

Esta é a realidade vivida pela maioria das clínicas que atendem gestantes. Todos nós sabemos que este momento é especial, porém é preciso levar em conta de que o exame que está sendo feito é muito importante, delicado, e, que, embora ganhe ares de festa, precisa de muita seriedade e atenção.
 
Resolvi escrever este artigo depois que recebi um texto sobre este assunto publicado no site "Mulheres Descomplicadas". Identifiquei-me com ele e compartilho o porquê.
 
Em 2014 engravidei. Fiz o primeiro ultrassom com meu esposo e meu filho juntos. Vimos o coração do bebê. Como eu já havia tudo um aborto anos atrás, meu médico disse que seria interessante eu voltar dentro de 15 dias. Foi o que fiz. Só que neste dia, meu esposo não pôde me acompanhar e resolvi levar meu filho de 7 anos junto, já que estava empolgado. Eu, que escrevo sobre isso, tenho acesso aos médicos, nem me ative que poderia não ser uma boa ideia, caso acontecesse algo errado. E aconteceu. 

No exame, logo de início, o médico verificou que o feto havia crescido bem, mas o coração não estava batendo. Imagine como nós ficamos. Uma criança de sete anos na sala, perguntando: "mãe, o que aconteceu?" – chorando, e eu tendo que administrar a dor dele, esquecer da minha e segurar todas as pontas. Esta situação poderia ter sido evitada se eu tivesse pensando um pouquinho mais.
 
Então, aqui vão algumas dicas para todas as gestantes:
 
- O exame médico precisa de concentração do profissional, que está aí para interpretar tudo o que aparece na tela. É preciso respeitar o seu tempo e até o seu silêncio. Ele falará no momento certo.
 
- Cada etapa do acompanhamento de ultrassom carrega características próprias. Tem o exame endovaginal, bem no início da gravidez, depois o de translucência nucal – considerado o  principal exame de rastreamento de anomalias cromossômicas – que determinará todo o processo da gestação e o morfológico, que definirá se o feto está bem formado. 

Imagine neste processo tão delicado e importante, ter na sala de exame a família toda comentando, batendo foto, respondendo whatsap, como se fosse um evento social? 

Devemos nos lembrar de que o que pode parecer natural nem sempre é. Estamos num momento de exames médicos importantíssimos e, assim como existem regras de etiqueta em vários ambientes, ali, naquele local, também devemos adotar.
 
Mas, então eu não posso levar minha família para “curtir” este momento?
 

Para não privar ninguém desta fase maravilhosa, o aconselhável é permitir que acompanhe depois do segundo trimestre quando tudo já foi avaliado. Aí você pode até optar pelo exame tridimensional que acompanha os movimentos do bebê e até perceber suas semelhanças, verificar o rostinho, registrar e se emocionar.
 
Mas, antes disso, o ideal seria você sempre levar apenas um acompanhante de sua confiança e evitar crianças pequenas. Assim você contribui com o profissional que está fazendo o exame e com você mesma! Experiência própria!

Nenhum comentário:

Postar um comentário