Quando meu filho tinha sete meses, ganhei um
andador e experimentamos juntos o “brinquedinho”. Ele gostou e, confesso, eu
também. Enzo ficava horas andando pra lá e pra cá e era uma liberdade para
todos. Mas, fiquei preocupada porque com um ano e dois meses, meu garoto ainda
não andava sozinho. Daí as mamães mais experientes diziam que era por causa do
andador. Por alívio, com um ano e três meses, Enzo levantou e andou como um
homenzinho. Compartilho esta história, pois hoje divulgaram uma reportagem
interessante na Folha de São Paulo, que vale a pena as mamães lerem também.
PEDIATRAS FAZEM CAMPANHA PARA ABOLIR ANDANDORES DE
BEBÊ
Jairo Marques - São Paulo
A SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), que
congrega 16 mil profissionais de todo o país, iniciou neste mês campanha
nacional para abolir os andadores de bebês.
A entidade afirma que o equipamento é inútil para o
desenvolvimento da marcha de bebês e que seu uso pode causar acidentes sérios
como traumas no crânio chegando até a levar a morte.
Os médicos dizem que o andador dá uma mobilidade
inadequada para a etapa de vida dos bebês e que, com seu uso, eles podem se
aproximar de fogões, piscinas e produtos tóxicos.
O aparelho pode também deixar de estimular certos
músculos, o que vai atrasar os primeiros passos, segundos os médicos.
Há 15 dias, em Jequié (BA), um bebê de nove meses
caiu com um andador de uma escada com cerca de dez degraus. Ele morreu antes
mesmo de chegar ao hospital devido a uma fratura cervical.
"O intuito é acabar com a recomendação do uso
do andador. Acabar com a fabricação, só o Canadá conseguiu. O médico é uma
autoridade de saúde dentro da família e pode conscientizar sobre esse utensílio
que não tem vantagem nenhuma e leva risco para dentro de casa", disse o
pediatra Danilo Blank, do Departamento Científico da SBP
Os dados que norteiam as ações da SBP são da
Academia Americana de Pediatria que apontam dez atendimentos nos serviços de
emergência para cada mil crianças com menos de um ano de idade, provocados por
acidentes com andador, todos os anos. Em um terço dos casos, as lesões são
graves, geralmente fraturas ou traumas.
Em grandes redes de varejo do país e em lojas de
brinquedos é possível encontrar o equipamento à venda.
A Abrapur (Associação Brasileira de Produtos
Infantis) diz que tentar proibir andadores é um "retrocesso" e
defende a criação de uma regulamentação para a venda.
Nesta semana, a diretoria da SBP se reúne com o
Inmetro para discutir a questão.
"Andadores são usados na melhor das intenções
em quem ainda não está com seu desenvolvimento neuropsicomotor habilitado para
andar. Quando a criança estiver pronta, vai fazê-lo naturalmente",
declarou Eduardo da Silva Vaz, presidente da SBP.
No site www.conversandocomopediatra.com.br, da SBP, pais
podem tirar suas dúvidas sobre andadores.
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