domingo, 21 de agosto de 2011

VOCÊ JÁ ABRAÇOU SEU FILHO HOJE?


 

A reunião havia sido um sucesso. Todos os diretores saíram da sala com o sorriso estampado no rosto mediante os resultados positivos. O único que permaneceu foi *Júlio, que estava ao telefone e eu, que ajeitava uns papéis em minha pasta.

De repente, vi que seu olhar, antes tão entusiasmado pelas boas notícias, agora estava diferente, triste. - Aconteceu alguma coisa?, perguntei.

Apoiando o cotovelo na mesa, ele  olhou bem sério em minha direção e disse: -Era minha esposa. Ela estava dizendo que meu filho não quer mais falar comigo. Disse que não tem mais pai.

-Por que?, perguntei. O que aconteceu?

- Bem – disse ele. Nestes últimos anos, passei a maior parte de meu tempo viajando a negócios  e, em 12 meses, se fiquei em casa 60 dias foi muito.

Fiquei calada, sem ter muito o que falar, mas sentindo a tristeza daquele pai, que começara na empresa como operador de telemarketing e que chegara a um cargo importante de  diretor. Imaginei no quanto ele lutou até chegar nesta posição.

Aos 38 anos aparentava ser bem mais velho. Era carismático, prestativo e cheio de garra. Mas, recebeu uma notícia que nenhum pai gostaria de ouvir. Seu filho, com apenas oito anos, certamente sentindo sua falta, resolveu falar algo duro, mas que era uma realidade. Ele tinha pai sim, mas um pai ausente.

 Ao mesmo tempo em que me coloquei no lugar de *Júlio, sofrendo por aquela situação, fiquei pensando no menino. Quantas vezes ele viu seu amiguinho chegando à escola com o pai, acenando com alegria e ele, sozinho. Quantas vezes, nas comemorações da escola, todos os pais, ou quase todos, estavam assistindo empolgados, e no lugar do seu, estava lá a mãe, que, embora com boas intenções, desempenhava um papel que não era o dela.
Quantas vezes, ele quis jogar futebol com o pai, mas César não estava lá para poder dar essa alegria. 

Fiquei pensando no vazio que aquele abandono estava causando na criança e também no pai, que até então, não havia percebido como o trabalho estava ocupando um lugar mais importante do que seu único filho.

Esta história verídica ilustra bem a sociedade de hoje em dia. Milhares de pais, na busca incessante por uma carreira de sucesso, uma boa posição social,  acabam esquecendo valores simples, mas ricos, como a família.

Milhares de executivos correm atrás de dinheiro, porque querem que seus filhos estudem nas melhores escolas, vistam as melhores roupas, tenham os melhores brinquedos, mas se esquecem de que a primeira e melhor educação começa em casa, que um abraço pode substituir um brinquedo, e que amor é algo que não se compra, se conquista.

Pensei nisso...

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